Muitas vezes nos surpreendemos com nós mesmos. Eu vim pela primeira vez no Encontro PSIS em 2019, ainda como estudante, pra entender um pouco do que seria essa troca e esse universo.

Quatro anos depois, volto para palestrar. Ainda estou buscando entender o que foi a experiência de palestrar para por volta de 180 pessoas.
Falando de um assunto que eu domino tecnicamente, mas que nos é cotidianamente penoso. É pra mim, é pra muitos que eu conheço na clínica e pessoalmente.

E talvez, seja pela minha sensibilidade frente a isso (aprendi em análise) e também por falas de pessoas próximas que eu tenha me proposto a falar sobre isso. Utilizando o que costumeiramente chamam de fraqueza – ser sensível – pra transmitir e acolher as pessoas que também sentem. Desde a dor do luto, até o riso de uma conquista.

Psicanálise e luto: pensar e impensável.
Faz parte do trabalho do luto sairmos da negação, de empurrarmos a dor pra debaixo do tapete, para evitar estados melancólicos, depressivos, fóbicos, ansiosos ou somatizações – que é quando a mente converte no corpo algo que não dá conta de metabolizar.
É importante aprendermos com o que a experiência da dor nos traz, pensar sobre. Pensar não é obrigatoriamente falar ou suportar conselhos vagos de outras pessoas. Muitas vezes o luto pede silêncios. E temos que respeita-lo.

Mas agora, não vou me estender sobre. Foi uma grande experiência emocional transmitir o conhecimento da minha forma ali. Às vezes me surpreende minha ousadia com a idade que eu tenho, e peço a mim mesma coragem e sabedoria pra me manter nesse caminho.
Sou muito grata a todos que me apoiam nessa trajetória genuinamente, e que não deixam de lado as minhas dúvidas, questionamentos e levam sempre em consideração a potência da minha sensibilidade.